Não adianta usar e depois, quando o efeito passar, ficar com aquela cara de trakinas. O grande lance é não usar!



Não estou aqui pregando recuperação a ninguém. Mas, vou  sempre  falar do nosso poder de escolha diante da vida. Podemos ser os melhores ou os piores. 
Podemos nos conformar com o manjar  ou ficarmos apenas recolhendo as migalhas. 
Será que somos fracos demais, se durante o percurso de recuperação, tropeçarmos? Não, não somos. Nos tornamos fracos, quando desistimos de nós mesmos e dos nossos ideais. 
Somos fracos, quando sabemos que portamos uma doença incurável, e insistimos em ir mais adiante em nossos passos. Sempre rumando a beira do precipício.
Somos fracos, quando esquecemos o mal que as drogas podem nos fazer. Abrimos as portas para elas, como se de repente estivessemos esquecido todo o sofrimento que um dia ela nos causou. 
Somos fracos, quando caímos e não estendemos as nossas mãos, pedindo ajuda antes de nos detonarmos de novo, de novo e mais uma vez. 
Somos fracos, quando cristalizamos  nossas mentes, e insanos  achamos,  em pleno auto engano, que um dia controlaremos o que é incontrolável. 
Nos tornamos perdedores, quando apostamos todas as nossas expectativas nas drogas, abdicando de nós mesmos. 
Nos tornamos fracassados, quando não conseguimos sermos humildes suficientemente para aceitarmos que, quanto mais alto a droga nos levar na partida, mais  baixo ela nos deixará na volta.
Nos tornamos farrapos humanos, quando perdemos a nossa capacidade de lutar pela nossa própria vida e independência.
Somos fracos, quando colocamos o uso de drogas acima de tudo e todos... 
Quando permitimos que nossa dignidade se espalhe pelo chão, por causa de um punhado de veneno. 
Olhamos a nossa vida passar, e nos perguntamos, que tipo de amor doentio é esse que temos pelas drogas, que nos dá prazer por alguns minutos, e depois nos deixa no chão, agonizando.
Somos fortes quando admitimos nossa fraqueza.
Somos fortes quando pedimos ajuda, com lágrimas nos olhos.
Somos fortes quando descobrimos e admitimos que não sabemos viver. E, que tudo que sabemos da vida até agora, nos leva a usar drogas.
 Somos fortes quando admitimos que vivemos para usar e usamos para viver.
Somos fortes quando aceitamos a nossa incapacidade de controlar o uso de droga.
Ao nos sentimos fracassados, estaremos prontos, esse é o alicerce.
Será que vale a pena levar uma vidinha de merda, onde nada muda, nada cresce nem floresce?
Onde as pessoas são sempre aquelas mesmas  de sempre, e o  papo também é o mesmo... Onde está a boa? A mais servida, quem caiu, quem rodou, NADA MUDA.... 
Hoje, sei que, lá no fundo, você sabe que tem uma escolha. 
Para ficar limpo, é preciso ter coragem de dizer não a si mesmo. Abrimos mão de algo tão importante, (segundo a nossa concepção de adicto na ativa), para mais tarde, desfrutarmos de liberdade. Uma liberdade que não tem preço. 
Hoje, não vendo mais os meus sonhos, e a minha capacidade de escolher almejar  dias melhores.
Hoje, luto pela minha vida, todos os dias. Não sou escrava de nada e nem de ninguém. 
Hoje, eu perdi o direito de magoar quem eu amo, e que tanto me ama também. 
Hoje, por mais que eu sinta vontade de usar, sei que ela passará.
Hoje, eu me amo, me adoro e não sei viver sem mim. 
Não mereço mais estar sentada naquela calçada, a espera de uma dose. Não preciso mais passar por isso. Sei que eu tenho escolha, e você também!
Não adianta usar e depois, quando  o efeito passar, ficar com aquela cara de trakinas. O grande lance é não usar! Pois, quando usamos, liberamos a obsessão e compulsão novamente.
Amigo, usou perdeu!Mas se recaiu, volte logo para a recuperação. Está esperando o que? Um milagre acontecer sem nenhum esforço? Filho, Deus realmente faz milagres, mas você tem que fazer a sua parte!



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Bjs

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